Operação Verão Seguro: tuxaua de comunidade indígena é preso por incêndio criminoso em Bonfim
O tuxaua H. C. S. F., de 42 anos, alegou que não tinha conhecimento de que não podia atear fogo na mata.
Uma ação de fiscalização da PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da equipe do GRI (Grupo de Resposta Imediata) e da Delegacia de Bonfim, no âmbito da Operação Verão Seguro, resultou na prisão em flagrante do Tuxaua H. C. S. F., de 42 anos, por incêndio criminoso. Ele é o líder de uma Comunidade Indígena na área rural de Bonfim e alegou que não tinha conhecimento de que não podia atear fogo na mata.
De acordo com informações prestadas pelo Delegado interino de Bonfim, Rodrigo Gomides, recentemente a Polícia Civil passou a integrar a Operação Verão Seguro, coordenada pelo CBMRR (Corpo de Bombeiro Militar) e que integra as forças de Segurança do Estado.
O Delegado ressaltou que devido ao período de forte estiagem no Estado, propenso a incêndios de grandes proporções, a Delegada-Geral, Darlinda de Moura Viana, montou uma estrutura para lidar com a situação tanto na Capital, quanto no Interior.
Foram montadas três equipes volantes da Polícia Civil, por policiais do GRI, destinadas a apoiar na fiscalização, cobrindo todo o interior do Estado. Na Capital, foi designada que uma equipe fixa da DPMA (Delegacia de Polícia do Meio-Ambiente), seja dedicada a atender aos focos de incêndios em Boa Vista.
“Os Agentes da equipe do GRI, que estão na operação Verão Seguro, foram para a região de Bonfim, em cumprimento a ordem de missão da Delegada-Geral. Por volta das 10h30 de hoje, a equipe seguia pela vicinal 05 da região da Vila São Francisco, com destino a Gleba Tacutu, no KM-112 da RR-207, no município de Bonfim, quando visualizou um incêndio de grandes proporções. Imediatamente os policiais perceberam a presença de 04 pessoas do sexo masculino. O Tuxaua se apresentou como sendo a pessoa responsável pelo incêndio e foi dada voz de prisão em flagrante a ele”, disse o Delegado.
Ainda segundo Gomides, o Tuxaua foi conduzido até uma Delegacia da Capital e alegou que fez a queimada com outras pessoas, com o objetivo de preparar a terra para o plantio de macaxeira e que não sabia que estava proibido atear fogo no Estado, devido à estiagem.
Contra o Tuxaua foi lavrado um APF (Auto de Prisão em Flagrante) pelo crime de incêndio (Artigo 250, do Código Penal Brasileiro).
“Trata-se de um crime inafiançável. Ele foi encaminhado para exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal e ele será encaminhado para Audiência de Custódia neste sábado”, informou o Delegado.
Reflexos dos incêndios criminosos
Gomides observou que, com o período de estiagem, o nível de chuvas diminui, o mato e o solo ficam secos e aumenta a ocorrência de incêndios em áreas de vegetação. Além de causar prejuízos ambientais e para a saúde pública, as queimadas causam degradação do solo e poluição do ar. Na saúde humana, provocam principalmente doenças respiratórias, o que promove o aumento do fluxo de atendimentos em unidades de saúde.